Beyond Veganismo: Diet & Consumo no mundo global (Portuguese Translation of Beyond Veganism: Diet & Consumption in a Global World)

To read or watch this in English, click here.
To read or watch this in Arabic, click here.

Essa conversa está agora disponível em Português (Brasileiro).
Clique CC – Closed Caption – na parte inferior direita , em seguida, escolha Português em Configurações. Veja também a transcrição escrita abaixo.

This talk is now available in Portuguese (Brazilian).
Click CC – Closed Captioning – on bottom right, then choose Portuguese in Settings. 

Please also see the written transcript below.

Peço desculpas, já que eu costumava palestrar para um público centrado dos EUA. Então, acredito que eu tenha me adequado por todos vocês daqui serem mais evoluídos, e por isso, obrigada. Já me sinto como parte da família. 

I apologise as I’m used to a very U.S.-centric audience. So hopefully I’ve adjusted it for y’all being more progressive types here, so thank you for that. It feels like family already. 

Gostaria de pedir que todos possam compreender de forma flexível os assuntos que serão abordados, pois quando falo sobre eles, eu não exijo que os ativistas que desempenham determinada função desistam da sua paixão. Se você é um ativista dos direitos dos animais e exerce um trabalho de antivivissecção, o que eu me refiro aqui não é: “Oh, você não deveria estar trabalhando nisso”. O que eu estou pedindo é que possamos ser um pouco mais coerentes e estarmos mais atentos às escolhas que fazemos em nossas vidas e a mensagem que passamos como ativistas, e estando cientes sobre como as nossas escolhas afetam as outras pessoas e os outros movimentos de justiça sociais que estão acontecendo.

I am going to ask everybody to keep an open mind to the things that I’m talking about because when I’m talking about all this stuff. I’m not asking activists of anything that you’re working on, to give up your passion. If you’re an animal rights activist and you’re working on anti-vivisection work, what I’m talking about here, I’m not saying: “Oh, you shouldn’t be working on that.” What I’m asking for, is for us to try to be a little more consistent and more aware of the choices that we make in our lives and the things that we say as activists, that we need to be aware of how they impact others and other social justice movements that are taking place.Então, como todos nós já sabemos, existe uma ligação comum entre todas as opressões: os seres frágeis que são oprimidos, que podem ser tanto os animais, como as mulheres, os trabalhadores ou as pessoas de cor. Os seres oprimidos são os seres impossibilitados ou que não possuem autoridade. E como muitos de nós pode imaginar, uma das maiores influências da opressão se chama lucro, conhecido como capitalismo. E, muitas vezes, acreditamos em fatos que geralmente não resistiriam à análise, mas que de alguma forma resistiram, pois eram destinados ao lucro. Devido a isso, o sistema capitalista criou uma situação que permite a opressão, a morte e a exploração de outros seres vivos, as quais não são vistas como problemas, pois favorecem o capitalismo.

So, as we all know, there is a common link between all oppressions: It is the vulnerable who get oppressed, whether it’s animals, women, workers or people of colour. It’s those who are seen without power, or without a voice, that are the ones that get oppressed. Most of us can figure out one of the biggest incentives for oppression: and that’s profit and that’s capitalism. That, too often, we think things that normally wouldn’t stand up to scrutiny somehow get passed because it’s for profit. Because the capitalist system has created a situation where it’s okay to oppress, kill and exploit other living beings, and somehow it’s okay because it’s for money.

O Projeto de Empoderamento Alimentar incentiva todos a ampliar o seu círculo de compaixão. Como ativistas dos animais, muitas vezes, pedimos às pessoas que não são ativistas do reino animal, para ampliar o seu círculo de compaixão. O que gostaríamos que os ativistas dos animais fizessem é: ampliar o seu círculo de compaixão para com os animais humanos, e pensar sobre como os animais humanos são tratados.

Food Empowerment Project encourages everybody to extend their circle of compassion. As animal activists we often ask people who are not activists in the animal realm to extend their circle of compassion. What we like to ask animal activists to do, is extend your circle of compassion to human animals, and think about how human animals are treated.

Mais especificamente, para o Projeto de Empoderamento Alimentar, para o alimento que você come. Como veganos, muitas vezes dizemos muito “nós temos o estilo de vida mais solidário”, “nós nos alimentamos da maneira mais compassiva possível”, mas este não é necessariamente o caso.

More specifically, for Food Empowerment Project, for the food that you eat. As vegans, we often talk a lot about “we have the most compassionate lifestyle”, “we eat in the most compassionate way possible”, and that’s not necessarily the case.

Hoje, eu não tenho muito tempo para abordar as inúmeras questões de justiça ambiental. Então falarei de uma forma mais específica e concreta sobre os temas que usamos em nossos trabalhos. Um deles é: explicarmos sobre como a nossa dieta é muito compassiva, não comete atos de crueldade e é baseada em frutas e legumes, os quais são colhidos por agricultores.

I don’t have time to go into a lot of environmental justice issues here. So what I am going to talk about are some areas that we focus on in our work, more specifically and tangibly. One of is that: how we talk about how our diet is very compassionate, is cruelty free, and yet our diet is based on fruits  and vegetables that are picked at the hands of farm workers.

lauren - agnes

Os agricultores, que são a grande maioria – apesar do produto ser recebido no Canadá, na verdade – ele é fornecido diretamente pelo estado da Califórnia, que é onde eu moro. Esses agricultores estão morrendo nos campos por causa do calor. Há aproximadamente 3 – desculpe, eu sempre confundo a quantidade – 3 milhões de agricultores nos EUA. Cerca de 400.000 deles são crianças. Estamos falando de crianças de 5 anos de idade que colhem amoras. Elas trabalham longas horas. Elas não recebem nenhum benefício como os outros trabalhadores – embora seja o sistema norte-americano, que não fornece os inúmeros direitos para os nossos trabalhadores.

Farm workers, who the vast majority – even the produce that comes to Canada, in fact – locally comes from the state of California, which is where I live. Farm workers who are dying in the fields because of heat. There are approximately 3 – sorry, I always get this number mixed up – 3 million farm workers in the US. Approximately 400,000 of those farm workers are children. We’re talking children as young as 5 years old, picking blueberries. They work long hours. They don’t have benefits that other workers would have – even in the US system, which we don’t have a lot of rights for our workers.

Elas trabalham de 8 a 14 horas por dia. Estão expostas a produtos químicos agrícolas – produtos químicos que afetam os trabalhadores durante a sua jornada de trabalho, além do pesticida, afetando automaticamente as crianças que estão nas paradas de ônibus, que estão na escola, contaminando o seu abastecimento de água. Nós temos campos de trabalho na Califórnia onde cerca de 12% da população de trabalhadores rurais vivem lá. Eles moram, pelo menos os que eu já vi, no que eu chamo de uma área de injustiça ambiental, que está localizada entre estabelecimentos penitenciários e depósitos de lixo.

They work 8-14 hours a day. They are exposed to agricultural chemicals – chemicals that not only impact the workers as they’re working, but pesticide drift that then impacts the kids when they’re at their bus stops; when they’re at school; it contaminates their water supply. We have labour camps in California, where about 12% of the population of farm workers live. These are located, at least the ones I’ve been to, is what I call an environmental injustice area, which is located between a correctional facility and a dump.

Estas pessoas colhem os nossos alimentos. Principalmente se você for um vegano, os nossos alimentos são colhidos por eles. E ainda assim, eles não recebem nenhum dos direitos básicos. Eles não têm acesso aos frutos e legumes que eles mesmos colhem. E este é um problema sério, este é – você sabe, há uma escravidão absoluta ocorrendo nos Estados Unidos. Felizmente, muitos de vocês estão familiarizados com a Coalizão de Trabalhadores Immokalee – tudo que eles estão tentando fazer é conseguir um centavo a mais (por libra) dos tomates que colhem. Um centavo a mais – isso é tudo o que eles estão pedindo. Na Califórnia, nós lutamos para fornecer os direitos aos trabalhadores que vivem nas lavouras. Onde eles vivem, não há mercados próximos, nem ônibus nas proximidades. Seus filhos são forçados a deixar as lavouras quando não é temporada de colheita, e caso eles queiram ficar na escola, eles não podem devido ao fato de viverem nessas lavouras, quando não é temporada, eles são obrigados a morar 60 milhas de distância das lavouras.

These people pick our foods. Especially if you’re a vegan, they pick our foods. And yet, they have none of the basic rights. They don’t have access to the fruits and vegetables that they’re picking themselves. And this is a serious problem, this is – you know, there is downright slavery taking place in the United States. Hopefully, a lot of you are familiar with the Coalition of Immokalee Workers – all they are trying to get is a penny more, per pound, for the tomatoes that they pick. A penny more – that’s all that they’re asking for. In California, we struggle to get rights for the workers who live in the labour camps. Where they live, there is no grocery store nearby, there’s no buses nearby. Their kids are forced to leave the labour camps when they’re not in picking season, and if they want to stay in school, they can’t, because in order to live in that labour camp, when they’re not in season, they have to live 60 miles away, from where that camp is.

Então, o que nós tentamos fazer é pedir às pessoas que tenham um conhecimento maior quando assuntos como estes são abordados, e buscar saber de onde vem o seu alimento. Se você é vegano, nós não precisamos dizer. Claro, certamente tocamos no assunto quando falamos de animais não-humanos. E isso é fantástico. Isso é o que deveria ser feito, incentivar todos a lutar por isso. Mas vamos analisar o panorama geral do nosso fornecimento de alimentos como um todo. Quantas vezes as pessoas viram as publicações do reino vegan que diziam “o chocolate é livre de crueldade”? Ou, você sabe, de alguma forma, há esse sistema de crença, que por isso é vegano, ele corresponde à ausência de crueldade.

So, what we try and do is ask people to be more aware when you talk about these things, and be more aware of where your food comes from too. If you’re vegan, we don’t get a pass. Sure, we get a pass when we’re talking about non-human animals, absolutely. And that’s fantastic. That’s what we should be encouraging everyone to strive for. But let’s look at the whole picture of all of our food supply. How many times have people seen publications in the vegan realm that say “cruelty-free chocolate”? Or, you know, somehow there’s this belief system that because it’s vegan, it equals cruelty-free.

Há 1,8 milhões de crianças em Gana e na Costa do Marfim, que são vítimas das piores formas de trabalho infantil por meio da colheita de cacau para a indústria do chocolate. A África Ocidental abrange toda a escravidão de chocolate. Há crianças trancadas durante a noite, que são espancadas ou mortas, caso elas tentarem fugir. Elas carregam frutos de cacau pesados e são obrigadas a carregar com rapidez, caso contrário serão espancadas. Essas crianças chegam a estas, estas “plantações” de diversas maneiras. E o pior, elas são de países muito pobres, como Mali e Burkina Faso, que estão situados nas proximidades. Então, elas chegam lá de qualquer maneira, talvez – você sabe, são comunidades muito pobres, certo? Ou seja, seus pais acreditam que elas receberão o pagamento, e então elas saem de casa para ir trabalhar nessas lavouras de cacau imaginando que receberão o seu ordenado, mas o resultado é outro, e algumas delas não voltam mais. E o pior, não são pagas por isso. Ou sabe, nem para enviar o dinheiro para os seus pais, pelo sacrifício que elas passaram. Outras crianças são, talvez vendidas por um membro da família responsável, que pensa que, você sabe, que eles conseguirão ganhar um dinheiro a mais. No entanto, são crianças roubadas dos locais de mercado nestas áreas. Há um tráfico humano por causa do chocolate. Para um tremendo e absoluto luxo que ninguém precisa para sobrevivência. Crianças – e, na verdade, até mesmo alguns adultos mais velhos – são vítimas deste tipo de tratamento.

There are 1.8 million children, in Ghana and the Ivory Coast, that are victims of the worst forms of child labour, all while picking cocoa for the chocolate industry. West Africa is entrenched in slavery all for chocolate. You have children who are locked in at night, who are beaten, or killed if they try to escape. They carry heavy cacao pods, and if they don’t move fast enough while carrying these, they’re beaten. These children get to these, these “plantations” from a variety of ways. Worse, they come from very poor countries such as Mali and Burkina Faso, which is nearby. And they get there from either, maybe – you know, very poor communities, right? So you have the fact that these people believe that their children are going to get paid, so the children go off to work in these cocoa fields thinking they’re going to get paid, and what happens is that some of them don’t come back. Worse, they’re not paid at all. Or you know, for the money to go back to the families, for the sacrifice that they’ve made. Other children are, maybe sold by a family member into it, thinking that, you know, they’re going to get some money. You have children who are stolen from market places in these areas. Human trafficking for chocolate. For an absolute and utter luxury that nobody needs to survive. Children – and actually even some older adults – are victims of this type of treatment.

lornelas - agnes.jpg

Com isso, nossa organização criou uma lista de chocolates que produzimos e que não recomendamos baseada no local de produção de cacau, baseada no local que nos forneceu o chocolate. Como organização vegana, a nossa lista constitui basicamente os fornecedores da nossa lista, ou seja, você tem garantia de que o produto fornecido por eles é vegano. A parte triste é que as inúmeras empresas que não nos responderam são veganas, e nem informaram o local de origem do chocolate fornecido por eles. Atualmente, estamos em uma campanha contra a Clif Bar, pois eles não revelaram o local de origem do seu chocolate. Se você é um ativista que luta pela causa social, você sabe da Nike para a Apple, uma das melhores maneiras que alcançamos essas corporações para mudar as condições dos seus funcionários, embora nenhum deles seja perfeito, e realmente não, era por transparência. Contudo, a Clif Bar recusa-se a divulgar a origem do seu fornecimento. Eles pensam que estão acima de nós. Temos uma petição em nosso site, mais de 1.000 pessoas já nos questionaram a respeito. Eles acham que não devem dizer. De alguma forma, eles acham que a escravidão, que as crianças do chocolate são importantes o suficiente para não nos responder. Bem, se você é um ativista como eu: dane-se. [Aplausos] Nós também fornecemos um aplicativo, e eu não tenho um smartphone pequeno, porém ele só funciona em dois tipos de smartphones.

What our organisation did on this, is that we’ve created a list of chocolates that we do and don’t recommend based on where they’re sourcing their cacao, based on where they’re sourcing their chocolate from. As a vegan organization, our list is pretty much made up of any company on our list, you can be guaranteed they have to make something that’s vegan. What’s sad is that a lot of companies that haven’t responded to us are vegan companies, who don’t want to tell us where their chocolate’s coming from. We have a campaign right now against CLIF Bar, because they won’t disclose where their chocolate’s coming from. If you’re a social justice activist, you know from Nike to Apple, one of the best ways we were to get these corporations to change the conditions for their workers – although neither one of them is perfect, absolutely not – was by transparency. And yet CLIF Bar is denying us that transparency to find out where they’re sourcing from. They think they are above us. We have a petition on our website, over a 1000 people have asked this question. They don’t feel they need to tell us. Somehow they think that slavery, that children for chocolate, is important enough that they don’t need to respond to us. Well, if you’re an activist like me: fuck that. [Applause] We have an app as well, and I don’t have a little smartphone, but it only works on two of the kinds of smartphones.

Então, implícito a tudo isso é que: a opressão é sempre colocada com raça e classe. E, tanto que gostaríamos de dizer que nos Estados Unidos – eu não sei como é no Canadá – costumamos dizer que o racismo não existe mais, que é um grande absurdo, eu nem lembro mais de quantos ativistas – ativistas dos direitos dos animais já me disseram isso. E continuam dizendo. E provavelmente todos nós ouviremos a Breeze depois, pois ela não é nenhum deles. E eu sei que não é tão diferente do Canadá. E uma das outras coisas que exercemos, já mencionada pelo Pattrice, lamento se é centrada nos EUA, pois provavelmente você deve saber muito mais do que eu sobre isso.

So, underlying all of this is that: oppression pretty much always goes with race and class. And as much as we’d like to say that in the United States – and I don’t know how it is in Canada – we like to say that racism doesn’t exist anymore, which is absolute ludicrous, and I can’t even tell you how many activists – animal rights activists – told me that. And continue to tell me that. And likely we’ll all hear Breeze later, because she’s not one of them. And I know that it’s not that different in Canada. And one of the other things that we work on, which pattrice talked about, and I apologize if this is U.S.-centred and so you know way more than I do about this for here.

Porém, este conceito de interseccionalidade e de que forma o Projeto de Empoderamento Alimentar fez parte desta área, especialmente, é… Vou voltar um pouco. Muitos de vocês já ouviram dizer – isso é muito comum nos EUA: “O veganismo é muito simples, qualquer um pode optar por ele. Não é difícil”. E, as pessoas também encaram como se fosse apenas uma questão de ser capaz de acessar a comida, sem entender que ela é uma questão de acesso, além de ser uma questão do local que estas comunidades e povos, e vidas parecem. Você não pode simplesmente dizer “eu vou tentar seguir isso, de alimentos veganos nos selos de alimentos”, ou algo assim, sem compreender as pessoas que tendem a trabalhar entre 2 e 3 lugares, ou então talvez comprar a granel parece realmente grande para alguns de nós, parece realmente rentável. Mas se você estiver trabalhando em 2 ou 3 empregos, você teria todo esse tempo para cozinhar para o jantar?

But, this intersectionality concept and how Food Empowerment Project has worked on this in this particular area is … I am going to back up a little bit. Many of you may or not heard – this is very common in the U.S. – to say: “Veganism is really easy, anybody can do it. It’s not hard.” And, they also act as if it’s only a matter about being able to access the food, without understanding that it’s a matter of access, but it’s also a matter of where these communities and where these peoples, and what their lives are like. You can’t just say “I’m going to try this thing, of eating vegan on food stamps”, or something like that, without understanding people who maybe work 2-3 jobs, so maybe buying in bulk seems really great for those of us, seems really cost efficient. But if you’re working 2-3 jobs, do you have that much time to cook for dinner?

O Projeto de Empoderamento Alimentar trabalha com o acesso de alimentos saudáveis nas comunidades de cor e de baixa renda. E desempenhamos isso, conforme o Pattrice disse, como uma forma interseccional de combater os dois problemas, certo? Nos Estados Unidos, ter acesso a alimentos saudáveis é um privilégio, e olha que eu pesquisei o suficiente no Canadá para saber que os Primeiros Povos das Nações, os povos indígenas também são um privilégio. Que estas comunidades, comunidades indígenas, pessoas de cor nos Estados Unidos, não têm o mesmo acesso. Isso não é um direito. Uma alimentação saudável não é um direito para nós como deveria ser. Então, o que fazemos é visitar as comunidades de cor e avaliar… a disponibilidade de alimentos saudáveis, sendo que nós não atendemos às comunidades que não queremos.

Food Empowerment Project works on access to healthy foods in communities of colour and low-income communities. And we do this, as pattrice was saying, as an intersectional way of fighting two problems, right? You have that access to healthy foods is a privilege in the United States, and I’ve looked enough at Canada to know that the First Nations People, the indigenous people – it is a privilege, as well. That these communities, indigenous communities, people of colour in the United States, don’t have the same access. It’s not a right. Healthy food is not a right for us, as it should be. So what we do is, we go to communities of colour and we assess … the availability of healthy foods, and we don’t go into communities who don’t want us.

Atendemos as comunidades que nos solicitam este trabalho. Visitamos e avaliamos a disponibilidade e produção de frutas frescas. Enlatadas, congeladas, bem como imitações de carnes e laticínios. Por sermos uma organização que preza a ética, primeiramente fazemos isso e depois conversamos com cada um, e a cada divulgação que fazemos, promovemos o veganismo. Porque os animais não deveriam morrer, periodicamente. Mas não podemos negar os benefícios de uma dieta vegana. Eu não tento, e nós também não. Abordamos o fato de que todo mundo sabe que aumentar a quantidade de frutas e legumes no cardápio é o melhor para a sua saúde. Sendo assim, essas comunidades deveriam ter acesso a frutas e vegetais frescos, e também alternativas. Uma vez que optam por comer melhor, alimentar a sua ética, elas deveriam ter acesso a essas alternativas de carne e produtos lácteos.

We go to communities that want us to do this work. We go in and we assess for availability of fresh fruit, produce. Canned, frozen. As well as mock-meats, and dairy alternatives. As an ethically-based organization, we do this first and foremost for every talk, for every outreach that we do, is that we promote veganism. Because animals should not have to die, period. But we can’t deny the benefits of a vegan diet. I don’t try to, but we don’t. We talk about the fact that everybody knows an increase in fruits and vegetables is better for your health. So these communities should be able to have access to fresh fruits and vegetables, and also alternatives. That if they choose to eat more ethically, to eat their ethics, then they should have access to these meat and dairy alternatives.

Você pode incluir que a maioria das pessoas de cor: nós somos intolerantes à lactose. Então por que as nossas comunidades não têm alternativas de produtos lácteos? Porque, na verdade, temos mais laticínios em nossas comunidades do que produtos não lácteos? Francamente, ao consumi-los estamos adoecendo. Consideramos que esta é uma forma de apartheid alimentar, certo? Eles fornecem propositalmente alimentos às nossas comunidades que irão adoecê-las. Por isso, prezamos o seguinte: estamos apenas iniciando um novo projeto em Rialto, na Califórnia, que é similar ao de São Francisco. E quando exercemos o nosso trabalho no distrito de Santa Clara – se você estiver familiarizado com Santa Clara, é onde situa-se a sede da Apple, conhecido como o Vale do Silício, que é onde o Google está – verificamos que as comunidades de cor tinham 50% a mais de lojas de bebidas e carne do que as comunidades de pessoas brancas, as comunidades de renda mais alta. Elas também tinham um acesso de 14x mais a legumes congelados do que as nossas comunidades.

You add on top of that that the majority of people of colour: we’re lactose intolerant. So why don’t our communities have dairy alternatives? Why, in fact, do we have more dairy in our communities than non-dairy alternatives? They’re trying to make us sick, frankly. We consider this a form of food apartheid, right? They’re deliberately putting foods in our communities that are going to make us sick. So we work on this: we’re just starting a new project in Rialto, California, which is not too far from San Francisco. And when we did our work in Santa Clara county – if you’re familiar with Santa Clara, it’s where Apple’s based, it’s known as the Silicon Valley, it’s where Google is based – we found that communities of colour had 50% more liquor stores and meat stores than white, higher income communities. They also had 14x more access to frozen vegetables than our communities did.

laur - agnes

Ter pessoas que cultivam o seu próprio alimento – francamente, o que eu sei é a indisponibilidade para todos, bem como a indisponibilidade para as nossas comunidades. Cultivar o seu próprio alimento, para mim, é o ideal, pois não fazemos parte desse sistema. Estamos fora de um sistema que nunca funcionou para nós. Não é um sistema quebrado: simplesmente ele nunca funcionou para pessoas como eu.

Having people grow their own food – which I know is quite frankly not available for everybody, as well as for our communities is not available. Growing your own food to me is the ideal, because then we’re off that system. We’re off a system that never worked for us to begin with. It’s not a broken system: it never worked for people like me.

Outra coisa é – estou aprendendo a ser mais positiva sobre tudo, não apenas sentar aqui e dizer “Nossa, tudo é tão horrível! ”, mas você sabe, as cooperativas também, em nossas comunidades, se podemos ter cooperativas que tem como base os trabalhadores, elas voltam às nossas comunidades. Há esse grande empurrão sobre a WalMart que vai para as nossas comunidades, e vende mais frutas e vegetais, e “isso não é uma coisa boa”? Bem, na verdade, não é. De um lado, a pobreza acompanha a Walmart. Por outro lado, o dinheiro deixa as nossas comunidades. Precisamos do dinheiro para permanecer com as nossas comunidades para que possamos cuidar de nós mesmos. Podemos tratar disso muito bem em um sistema que é destinado à nossa igualdade.

The other thing from that – I’m learning that I got to be more positive about everything, not just sit here and go “Oh my god, everything is so horrible!” But you know, cooperatives as well, in our communities, if we can have cooperatives that are worker based, it gives back to our communities. There’s this big push about Wal-mart moving into our communities, and selling more fruits and vegetables, and “Isn’t that a good thing?” Well no, it’s not. Poverty follows Wal-mart, for one thing. For another thing, that money leaves our communities. We need the money to stay in our communities so we can take care of ourselves. We can do it fine in a system that’s made for equality for us.

Assim, parte da solução trata de uma empatia e compreensão. Trabalha contra todas as formas de opressão. O racismo, o sexismo, a homofobia, etc. Se você pensa como eu, quando me envolvi nos direitos dos animais, e o trabalho que eu fiz de vazamento tóxico no Vale do Silício, quando eu aprendi sobre descartarmos o nosso lixo eletrônico nos países em desenvolvimento. Sinto essa sensação de ardor que recebo, “Oh meu Deus, nós temos que parar com essa injustiça agora! ”, e com a sua comida, e com algumas das questões que já abordei, há uma maneira de fazer isso. Devemos nos unir e lutar para dedicarmo-nos pela justiça.

So, part of the solution talks from having an empathy and an understanding. Speaking out against all forms of oppression. Racism, sexism, homophobia, etc. If you’re like me, when I got involved in animal rights, and the work that I did in Silicon Valley toxic spill, when I learned about us dumping our electronic waste on developing countries. There’s this burning sensation that I get, “Oh my god, we have to stop this injustice now!” And with your food, and with some of the things I’ve talked about, there is a way we can do that. And we have to join together and fight to strive for justice.

Uma das coisas que eu sei, e eu digo muito, por isso peço desculpas se todo mundo está cansado de me ver dizendo isso. Eu sei que o Pattrice e o Mark são. Mas precisamos dar um “chacoalhão” nas fundações dos estabelecimentos que acham que têm “poder” sobre nós. E um dos grandes líderes que vemos, as pessoas que pensam nos Estados Unidos, é o Dr. Martin Luther King Jr., cujo a maioria das pessoas estão cientes de seu trabalho no que se refere ao movimento dos Direitos Civis, e os grandes avanços – “Sim! “[risos] – os grandes avanços que ele fez na era dos direitos civis. Mas o que não é falado tanto, sinceramente, eu acho que é feito propositalmente, o que não abordamos muito são as suas conexões com outras questões. Que ele era um opositor contra a Guerra do Vietnã. Ele foi um defensor vocal dos direitos dos trabalhadores. Quero dizer, ele falou pelos faxineiros, ele estava fora em uma campanha pelos Zeladores da Justiça.

One of the things that I know, I say a lot, so I apologise if everybody gets sick of me saying this. I know pattrice and Mark are. But we need to shake the foundations of the establishments that have this type of perceived “power” over us. And one of the great leaders that we see, people think of in the United States, is Dr. Martin Luther King Jr. Who most people are aware of his work in terms of the Civil Rights movement, and the great strides – “yah!” [laughter] – the great strides he made in the Civil Rights Era. But what’s not talked about as much, and I quite frankly, I think this is done on purpose, is that what’s not talked about a lot is his connections to other issues. That he was a vocal opponent against the Vietnam War. He was a vocal supporter of workers rights. I mean, he spoke for the janitors, he was out on a campaign for Janitors for Justice.

Mas essas intersecções que ele abordou – por que eles desejariam divulgar que ele abordava essas outras questões? Isso não correspondia ao seu propósito. Isso correspondia ao propósito deles – os poderes que seriam – apenas para falar sobre ele como movimento dos Direitos Civis. Mas quando você olha para o que ele fez, ele trouxe todas estas questões em conjunto. E porquê? Porque no há forças.

But these intersections of what he talked – why would they want to promote that he talked about these other issues? It doesn’t serve their purpose. It serves their purpose – the powers that be – just to talk about him as the Civil Rights movement. But when you look at what he did, he brought all of these issues together. And why? Because there’s strength. 

Quando combinamos as nossas forças, quando reconhecemos que tudo isso realmente faz parte de um conjunto, podemos “acordar” essas fundações que trabalham para opressão, podemos derrubá-las.

Obrigada!.
[Aplausos]

When we combine our forces, when we recognize that all of this is absolutely together, we can not only shake these foundations that work to oppress, we can break them down.

Thank you.
[Applause]

breeze a


Vídeo completo com closed caption disponível aqui

Full video with closed captioning available here

lauren Ornelas é a fundadora/diretora de todos os Projetos de Empoderamento Alimentar (Food Empowerment Project)voluntários, uma organização de alimentos veganos sem fins lucrativos que busca criar um mundo mais justo, ajudando os consumidores a reconhecer o poder de suas escolhas alimentares. O F.E.P. (Projeto de Empoderamento Alimentar) trabalha em solidariedade com os trabalhadores, defensores do chocolate livre de escravidão e foca no acesso a alimentos saudáveis em comunidades de cor e de baixa renda. Quando Lauren era direta da Viva!EUA, ela investigou as explorações industriais e realizou campanhas de consumo. Em parceria com os ativistas de todo o país, Lauren convenceu a empresa Trader Joe’s a interromper a comercialização de carne de pato e foi responsável por influenciar o fundador da Whole Foods Market a tornar-se vegano. Ela também auxiliou na suspensão de uma construção de operações industriais de laticínios, na Califórnia. Ela atuou como diretora da campanha em parceria com a Coalização Tóxica do Vale do Silício por seis anos.

lauren Ornelas is the founder/director of the all-volunteer Food Empowerment Project, a vegan food justice nonprofit seeking to create a more just world by helping consumers recognize the power of their food choices. F.E.P. works in solidarity with farm workers, advocates for slave-free chocolate and focuses on access to healthy foods in communities of color and low-income communities. When lauren was head of Viva!USA she investigated factory farms and ran consumer campaigns. In cooperation with activists across the country, lauren persuaded Trader Joe’s to stop selling all duck meat and was the spark that got the founder of Whole Foods Market to become a vegan. She also helped halt the construction of an industrial dairy operation in California.  She served as campaign director with the Silicon Valley Toxics Coalition for six years.

Comments

2 responses to “Beyond Veganismo: Diet & Consumo no mundo global (Portuguese Translation of Beyond Veganism: Diet & Consumption in a Global World)”

  1. Beyond Veganism: Diet & Consumption in a Global World – Earthling Liberation Kollective Avatar

    […] To read or watch this in Arabic, click here. To read or watch this in Portuguese, click here. […]

Leave a comment